Após o adiamento do julgamento do técnico Gustavo Quinteros, envolvido em um caso de agressão contra o jogador Ênio, do Juventude, o Internacional se posicionou em nota repudiando a decisão. O clube destacou que os fatos são graves e de grande relevância, e que deveriam ter sido analisados antes do término do Campeonato Gaúcho. A nota do Inter ressaltou que os acontecimentos envolvem ameaças, ofensas, constrangimento, coação contra membros da arbitragem e agressão física.
Além do adiamento do julgamento de Quinteros, outros processos importantes também tiveram sua análise postergada. Entre os envolvidos estão o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, o vice de futebol do tricolor, Alexandre Rossato, o diretor de futebol do Grêmio, Guto Peixoto, e o zagueiro gremista Jemerson.
O Inter questionou ainda que a decisão sobre o adiamento foi tomada por Marcelo Azambuja, atual presidente da Comissão do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) e conselheiro do Grêmio. O clube afirmou que, apesar de o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) permitir que conselheiros de clubes atuem como auditores, é importante que esses julgadores não participem de processos relacionados aos seus próprios clubes. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) inclusive recomenda essa prática.
O Internacional também anunciou que, enquanto conselheiros de clubes continuarem atuando como auditores em processos envolvendo seus próprios times, o clube se absterá de comparecer presencialmente às sessões de julgamento, optando por se defender por escrito. O clube retornará às sessões presenciais assim que os processos forem encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva por meio da via recursal.
O Sport Club Internacional manifesta sua indignação diante das decisões tomadas pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD/RS) em relação ao adiamento do julgamento que seria realizado às 17h de terça-feira (11/03), envolvendo dirigentes de Inter e Grêmio, além do treinador e de um jogador do rival.
Os fatos são graves, de relevância e mereceriam ser apreciados antes do final do Campeonato Gaúcho, pois tratam de ameaça, ofensas, constrangimento, coação contra membros da arbitragem e agressão física.
O Clube não ignora que o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) permite que Conselheiros de clubes sejam auditores nos tribunais desportivos, sendo, igualmente lógico, que os julgadores identificados não atuem em processos em que seus clubes tenham interesse. Há, inclusive, recomendação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesse sentido e que é de conhecimento do TJD/RS.
Nesta linha, o SC Internacional informa que, a partir desta data e enquanto o TJD/RS for constituído por conselheiros atuantes politicamente nos clubes que disputam o certame e que conjuntamente desempenhem suas funções junto à Corte, nossa Instituição não atuará presencialmente nas sessões de julgamento dos processos em que estes auditores (conselheiros) estejam designados até que o impedimento ou suspeição seja declarada. Nestes julgamentos, nossa defesa será realizada de forma escrita, voltando a realizar-se de forma presencial tão logo os processos sejam enviados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva pela via recursal.
Tão logo os pedidos de impedimento e suspeição dos membros do TJD sejam apresentados na esfera processual, os mesmos serão tornados públicos emprestando transparência e publicidade a estes atos. Os pedidos de impedimento e/ou suspeição serão renovados sempre que houver atuação de auditores e/ou procuradores nas mesmas condições em processos futuros.
Esta manifestação não tem como intenção imputar má-fé e/ou desonestidade a auditores ou procuradores, mas, justamente, preservar aquilo que é mais caro à Justiça, que vem a ser a necessária imparcialidade técnica para processar e julgar estas infrações disciplinares.
O Clube reitera seu posicionamento de que os julgamentos sejam estritamente técnicos e imparciais, reforçando seu compromisso para que a estrutura do TJD/RS seja continuamente aperfeiçoada.