A partir de 1º de fevereiro, o transporte público intermunicipal da Região Metropolitana de Porto Alegre ficará mais caro. O governo do Rio Grande do Sul anunciou um reajuste de 14,21% nas tarifas, medida justificada como necessária para equilibrar as contas do setor, que ainda enfrenta os impactos da pandemia e da maior enchente da história do estado.
Com isso, os passageiros de cidades como Alvorada e Viamão sentirão no bolso o aumento: a passagem de Alvorada subirá de R$ 6,30 para R$ 7,15, enquanto em Viamão o valor passará de R$ 6,85 para R$ 7,85. Juntas, essas duas cidades representam cerca de 40% dos usuários do transporte intermunicipal da região.
Desde 2020, o transporte público enfrenta uma queda na demanda de passageiros, o que comprometeu a arrecadação e obrigou o governo estadual a subsidiar parte dos custos para manter o sistema funcionando. Só nos últimos quatro anos, o estado desembolsou R$ 157,3 milhões para cobrir o déficit tarifário. No fim de 2024, foram mais R$ 26 milhões injetados para garantir a continuidade da operação.
O superintendente da Metroplan, Francisco Horbe, afirmou que o estado tentou ao máximo segurar os reajustes para não prejudicar os usuários. No entanto, sem repasses federais para cobrir gratuidades estabelecidas por lei, a conta ficou para o governo estadual. "O reajuste evita a necessidade de novos aportes ainda maiores no sistema", explicou Horbe.
O último reajuste nas tarifas havia sido aplicado há 13 meses. Segundo a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs), o aumento acumulado necessário para corrigir os atrasos tarifários era de 27,92%. No entanto, nos últimos três anos e meio, apenas 12% desse percentual foi repassado, o que tornou inevitável um novo reajuste agora.
O governo argumenta que sem esse aumento o sistema de transporte intermunicipal entraria em colapso, o que poderia resultar na suspensão de linhas e na piora do serviço oferecido à população.
O impacto do reajuste no orçamento das famílias que dependem do transporte público é significativo, especialmente em um cenário de dificuldades econômicas. Muitos passageiros já reclamam que o valor das passagens pesa no fim do mês e que, sem uma melhoria na qualidade do serviço, pagar mais não parece justo.