O que era para ser um avanço na mobilidade de Porto Alegre se tornou uma dor de cabeça para moradores e autoridades. A Prefeitura da capital entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal contra o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) devido a um erro de execução na Nova Ponte do Guaíba.
O problema? Um desnível de 44 centímetros na estrutura, que comprometeu o trânsito e dificultou a oferta de serviços públicos essenciais na região.
A falha foi identificada no trecho entre a Ilha Grande dos Marinheiros e a Ilha do Pavão, afetando diretamente os moradores, que enfrentam dificuldades para se deslocar e até mesmo acessar serviços básicos, como transporte escolar e coleta de lixo.
A Procuradoria-Geral do Município (PGM) tentou resolver a questão administrativamente, mas sem sucesso. Agora, a batalha se desenrola na 3ª Vara Federal de Porto Alegre, onde a Prefeitura exige que o Dnit corrija o erro e pague uma indenização por danos morais coletivos.
O problema não é novo. A Controladoria-Geral da União (CGU) já havia apontado a falha em 2021, mas nenhuma medida efetiva foi tomada. Para contornar a situação, o Dnit optou por escavar a via, tentando garantir a altura de quatro metros para a passagem de veículos. O tiro, no entanto, saiu pela culatra. A solução improvisada resultou em alagamentos constantes, piorando ainda mais a situação e tornando o tráfego inviável.
Moradores da Ilha Grande dos Marinheiros, uma das áreas mais afetadas, relatam transtornos diários. O transporte escolar da Escola Estadual Alvarenga Peixoto e do Centro Social Marista foi diretamente impactado, deixando alunos sem acesso regular às aulas. Além disso, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) enfrenta dificuldades para operar na região, prejudicando ainda mais a qualidade de vida da população.
Com o processo judicial em andamento, a Prefeitura espera que o Dnit assuma a responsabilidade e providencie os reparos necessários o quanto antes. Enquanto isso, os moradores seguem enfrentando dificuldades para circular na região, esperando uma solução definitiva para um problema que, segundo eles, já dura tempo demais.