Ana Kiffer é escritora, pesquisadora e professora do programa de pós-graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio. Colunista da revista Pessoa, onde abordou ensaios e ficções. Em 2018/2019, foi professora visitante sênior pela Capes na Universidade Paris 7, na França. É autora dos livros: No muro da nossa casa (2024), O canto dela (Finalista prêmio São Paulo 2022 e semifinalista prêmio Oceanos 2022)
Ao longo de nossa história, as mulheres precisaram lutar por espaços e direitos que, antes, eram completamente dominados pelos homens. Essa luta não foi diferente na literatura, já que, durante certo período, foi negado às mulheres até mesmo o direito à alfabetização. Algumas autoras publicaram suas obras sob pseudônimos masculinos, enquanto outras enfrentaram grandes dificuldades ao assinarem com seus nomes verdadeiros.
Ana relata que escreve desde muito jovem: Costumava escrever desde pequena, para transbordar, para sobrevivência. Ela desejava trabalhar com a escrita, mas, naquele período, essa atividade não era vista como uma forma de trabalho, especialmente para mulheres. Destaco "especialmente para mulheres" porque, para os homens que desejavam trabalhar com a escrita, havia maior facilidade de acesso a áreas como o jornalismo, por exemplo.
Hoje em dia, conseguimos ver muitas mulheres alavancando na escrita, e tendo sua visibilidade. Porém, ainda restam barreiras a serem quebradas. Ana comenta: Vejo escritoras apoiando escritoras, e mulheres apoiando mulheres. Como por exemplo, Manuela Dávila recomendando meu livro em suas redes sociais, e distribuindo essa recomendação para pessoas fora da bolha literária, e da minha bolha, também. Alcançando pessoas que se interessam por política, cinema, ou quem ainda não conhecia meu trabalho.
Atualmente, as redes sociais têm um papel muito importante para a distribuição e divulgação de livros de escritoras independentes, porém, ainda se tem dificuldades para encontrar essas recomendações. Ana comenta que os Clubes de leituras, tem contribuído bastante para essa divulgação: Os clubes literários estão bombando, alguns, são até voltados para leitura 100% de mulheres, isso é muito importante. Precisamos investir mais e mais em revistas literárias, jornais com pautas literárias e apoiarmos esses trabalhos, pois encerram suas atividades pela falta de investimento e recursos, para se manter.
Ana cita como exemplo, o clube literário de Manuela Dávila (@manueladavila), e o clube de Bia Assad (@Leituramista), no qual, participará de um encontro, nesse mês.
Citando como exemplo o Clube literário da Bia Assad, é interessante abordar também, que criadores de conteúdo literários, também tem ajudado na divulgação de escritores e também editoras independentes brasileiras, como é o caso da @Leituramista.
Para quem busca obras de escritoras contemporâneas, Ana recomenda três livros, com propostas diferentes: