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Os desafios para estimular a leitura no Brasil, com Renata Magliano

A porcentagem de busca por livros no país, tem diminuído ano após ano. Por falta de estímulo ou pela dificuldade de acesso (elitização da literatura). Vamos bater um papo com Renata Magliano, para entendermos melhor o que vem acontecendo com a literatura brasileira.

Gabrielle Domingues Selau
Por: Gabrielle Domingues Selau Fonte: Portal Diário de Porto Alegre
11/07/2024 às 15h16 Atualizada em 14/07/2024 às 20h31
Os desafios para estimular a leitura no Brasil, com Renata Magliano
Foto: Renata Magliano / Divulgação Diário de Porto Alegre

Renata Magliano é escritora, poeta e médica patologista. Em dezembro de 2023 lançou seu livro de estreia, “Trinta e cinco pausas”, pela Editora Devir, poesia & prosa. Há cinco anos compartilha seus poemas no perfil @re.magliano (Instagram) e recentemente foi convidada para ser embaixadora do Movimento Médicos Poetas

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De acordo com a 5ª edição do estudo “Retratos da leitura no Brasil”, cerca de 52% dos brasileiros têm esse hábito. O que significa, que desde 2015 essa porcentagem vem diminuindo fortemente. Entender que ter uma relação com a leitura faz bem, estimula a mente e a criatividade, e além disso, é indispensável para o pensamento crítico, é importante.

 Para Renata, ler (e escrever) é um processo de auto investigação. “Quando leio, transformo positivamente meu olhar sobre o mundo e sobre mim mesma. Os diferentes gêneros me alimentam nos diferentes momentos da vida, nutrem minha cabeça e minha alma. Ler me torna um ser humano melhor.”

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Estimular a leitura e escrita para as crianças, é uma forma de já começarmos a mudar esses dados. Na infância, fazer da leitura um hábito bom e que seja um momento de prazer e alegria para a criança, e não uma obrigação. Na escola, ter rodas de leitura, atividades de debate, palestras com escritores e outras atividades, é uma ótima forma ativa de estimular a leitura.

Até porque em uma divisão por idade, a única faixa etária que teve aumento de leitores foi a de crianças entre os 5 a 10 anos. Todas as outras, incluindo adolescentes, jovens e adultos, leram menos em relação à última pesquisa. Mesmo com a queda, os pré-adolescentes de 11 a 13 compõem a faixa etária que mais lê no país.

Renata conta que lê desde muito nova: “Um dos meus hobbies de infância/adolescência era (e ainda é) ler sonetos. Fui presenteada pela minha avó Aldinha com um livro chamado “Os mais belos sonetos brasileiros”, que carrego comigo com muito carinho.

Minha família sempre me incentivou a ler, escrever, em especial meus avós. Meu avô João era poeta e sempre declamava suas poesias nas reuniões familiares. Tudo isso me marcou muito. Na escola também havia esse incentivo, então essas vivências me nutriram muito e a ao longo dos anos a poesia foi tomando cada vez mais espaço na minha vida.”

Mas entendermos que essa realidade não é a de todos brasileiros, também é essencial. Em um recorte socioeconômico, as classes enfrentam um paradoxo: A e B têm níveis mais altos de leitura do que C, D e E. Isso não quer dizer que a classe C, D e E não procuram a leitura, ou não sentem vontade de ler.

Quer dizer que ano após ano, a leitura tem sido mais um item de difícil acesso e luxo em nosso país. Essas classes sem ou com pouco acesso, é a mesma que frequenta escola pública, crianças e jovens que muitas das vezes abandonam a escola para ajudar em casa, ajudando a pagar as contas e sustentar junto com os pais a casa, que não conseguem fazer as leituras obrigatórias do ENEM (exame nacional do ensino médio), e que alimentam esse índice de crianças e jovens que veem a leitura como algo distante da sua realidade. 

Hoje, o público jovem se encontra nos meios digitais, seja no instagram, tiktok ou twitter.  E pensar formas de fisgar esses jovens para a leitura, tem sido um desafio para os escritores e editoras. Segundo Renata, seu público jovem chega até seu trabalho, pelas redes sociais:

“Atualmente 22% do meu público tem entre 18 e 24 anos, o que é um número expressivo. A faixa etária dos meus leitores é bem ampla, o que acho incrível, porque é maravilhoso poder dialogar com pessoas de diferentes gerações, com as mais variadas bagagens e visões de vida.”. 

Iniciativas online e digitais como rodas de debate tem rolado bastante pelas redes sociais.  Renata deu início a uma turnê virtual no mês de junho (2024) e teve fim no mês de julho (2024). O propósito da turnê foi falar sobre a poesia brasileira e sobre seu impacto positivo na vida, além de estreitar os laços com seu público e divulgar seu livro de estréia.

A ideia deu tão certo, que Renata divide sua vontade em encontrar seus leitores em uma futura turnê presencial pelo Brasil. Magliano conta um pouco como foi suas lives para a gente: “Uma turnê virtual composta por cinco lives realizadas no instagram @re.magliano, com a leitura de poemas de poetas das cinco regiões do Brasil.

Entraram ao vivo comigo leitoras queridas das respectivas regiões, que falam sobre sua relação com a poesia, como conheceram meu trabalho, além de termos realizado a leitura de poemas do Trinta e cinco pausas.”. E comenta que suas lives estão salvas em seu perfil @re.magliano (Instagram).

 

 

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